quarta-feira, 9 de junho de 2010

Enquadramento histórico da Igreja de Nossa Senhora da Lapa das Confissões, Porto, Sec.XVIII

Designada por igreja da Lapa, em memória do local onde decorreu o nascimento de Jesus e por devoção do Padre Ângelo de Sequeira (natural de São Paulo - Brasil), a construção deste monumento iniciou-se a 7 de Janeiro de 175 e ficou concluído a 9 de Fevereiro do mesmo ano. Primitivamente a igreja era pequena, como menciona Joaquim Ferreira-Alves (1988, p.111) " (...) com oitenta palmos de comprimento por quarenta de largura, incluindo os dois corredores laterais, com confessionários (...)", permanecendo ainda no local vestígios de uma parede. Estes elementos são potenciadores para a reconstituição desta igreja primitiva.

Com o passar dos aos houve necessidade (devido á forte afluência) de construir uma nova igreja ba mesma área geográfica, já que esta se encontrava no cimo de um monte da cidade do Porto e como tal um local privilegiado. Assim a primeira pedra foi lançada no dia 17 de Julho de 1756 e só no século XIX é que ficou definitivamente concluída. Com risco inicial do pintor João Glama Ströberle o pagamento foi feito através de Ignacio da Costa. O autor Pinho Brandão determina que o custo foi elevado pois o (s.d., p.17) "(...) recibo em livro de sahida, a fl.20, dezanove mil e duzentos réis." Posteriormente foram feitas diversas modificações construtivas ao projecto inicial, incluindo intervenções de Gonçalo Pereira e José de Figueiredo Sexas. Segundo Joaquim Ferreira-Alves, este último fez uma nova planta em 1759 mas as (1988, pp.112-113) " (...) obras,, dependentes de donativos e esmolas, foram correndo lentamente. Em 1773 estava concluída a capela-mor, aberta ao culto nesse mesmo ano, com a autorização do bispo D. João Rafael de Mendonça (1771-1793)." Passados onze anos para além da capela-mor estar terminada parte do corpo da igreja também se encontrava concluído. Esta igreja tornou-se anos mais tarde, 1995, foco de um grande acontecimento, a colocação de um dos maiores orgãos de tubos da Península Ibérica, da autoria de Georg Jann, mestre organeiro alemão.

Exteriormente a ambiguidade estilística é visível em qualquer das fachadas sendo que a fachada principal antecedida por uma enorme escadaria é talvez o "conjunto" mais híbrido de todo o complexo, pois existem elementos barrocos e neoclássicos que se confundem mas que justificam as mudanças de arquitectos e consequentemente de gosto, ao longo da sua construção. Tendo em mente todas estas transformações e os objectivos do concurso "Porto em 3D", foi necessário proceder á medição de todos os elementos construtivos que compõem este edifício. As medidas em altura foram proporcionadas pela "Porto Digital" e as larguras foram obtidas através de medições locais. Todo o edifício foi minuciosamente medido e para tal foi fundamental a colaboração das entidades religiosas que ministram nesta igreja.

Na passagem deste autêntico edifício para o plano virtual, é de se salientar que não houve qualquer contacto com uma planta ou alçados originais. A complexidade deste projecto não está somente na elaboração do edifício em si, mas no facto de existirem outros elementos arquitectónicos anexados à própria igreja, que por sua vez, estão adaptados a funções educativas para crianças. O processo de transpor este objecto real para um plano virtual teve início com a planificação dos alçados e planta em AutoCad 2D e posteriormente a igreja foi modelada em AutoCad 3D. A optimização e animação foram afectuadas em AutoDesk, com a participação colaborativa do Paulo Pacheco. Todos os materiais aplicados no edificio, enquanto objecto analógicco, foram retirados a partir de fotografias tiradas no local.

Bibliografia

Brandão, D. Pinho (s.d.) José de Figueiredo Seixas. Separata da Revista Museu. 2ª Série, Nº7. Porto: s.ed

Ferreira-Alves, Joaquim Jaime (1988) O Porto na época dos Almadas. Vol.I. Porto:Câmara Municipal do Porto

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