quarta-feira, 9 de junho de 2010

Enquadramento histórico da Igreja de Santo Ildefonso, Porto, Sec.XVIII

No local da actual igreja existiu, no século XII, uma pequena ermida dedicada a Santo Ilafon. Arcebispo de Toledo (657 – 667), Ildefonso terá sido descendente de uma família real visigótica. Monge durante dez anos sob o reinado de Recesvinto (rei visigótico da Hispânia filho de Chindasvinto e de Riciberga) foi defensor da doutrina da Imaculada Conceição. Benzida pelo bispo D. Pedro Pitões (1146-1152), esta igreja encontrava-se junto de um hospício de entrevados, e alvo de grande devoção sendo inevitável uma forte afluência de devotos. Assim sendo a Igreja de Santo Ildefonso, necessitava de grandes alterações que permitissem resolver este problema de falta de espaço, no entanto, em 1724 a igreja encontrava-se em ruínas como demonstra o autor Luis de Carvalho (1999, p.60) “ (...) sendo o Santíssimo de lá retirado e transladado para a capela de Nossa Senhora da Batalha que ficava do outro lado do largo (...) ”.

Em 1730 destruiu-se a pequena igreja para dar origem a uma nova, igualmente majestosa mas imponente, de planta poligonal em estilo proto-barroco. As obras decorreram até 1937, sendo que o autor do traço deste novo edifício é um enigma. No entanto alguns nomes como João Moreira Boussa, António Pereira, Caetano de Sousa Teixeira entre outros, estiveram ligados artisticamente à construção desta igreja. Em 1857 a capela-mor deste edifício foi ampliada e todo o interior foi renovado, obra atribuída a Nicolau Nasoni. (Carvalho, 1999, p.60)

A fachada principal é dividida em três, corpos por pilastras, sendo a parte central mais avançada em relação ás laterais, mas em 1932 a frontaria foi revestida com onze mil azulejos de autoria de Jorge Colaço (autor dos azulejos da Estação Ferroviária de São Bento no Porto), onde estão representadas alegorias à eucaristia e momentos da vida de Santo Ildefonso. No seu conjunto, existem oito vitrais do mestre Isolino Vaz datados de 1967. Estes preenchem os vãos das janelas grandes da frontaria entre o espaço da assembleia e do coro e dos varandins da capela-mor. Ainda no século XIX foi englobado um órgão de tubos, de construção tipicamente ibérica tem mil e trezentos e oito tubos e dois manuais com cinquenta e quatro teclas cada. Esteticamente esta igreja enquadra-se na época Barroca próxima do Neoclassicismo e como tal todo o complexo arquitectónico é caracterizado por uma certa rigidez e sobriedade estrutural, acompanhado por um gosto decorativo acentuado no seu interior.

O processo de modelação deste edifício num plano virtual teve início com a recriação desta estrutura em 2D, utilizando para tal efeito, medidas (em altura) fornecidas pela “Porto Digital” no âmbito do concurso “O Porto em 3D” no entanto estes dados não eram suficientes e a deslocação in loco tornou-se essencial. Durante este processo de visualização in loco foram elaborados desenhos, que mais tarde serviram de auxiliar de memória e foram tiradas diversas fotografias. Depois cada elemento estrutural foi efectuado ao mínimo detalhe tendo como objectivo final recriar uma cópia fiel de todo o complexo. Em seguimento ao processo anterior, foi dado ênfase à construção em 3D iniciada pela fachada principal. Todos os alçados foram reconstruídos minuciosamente, recorrendo para tal efeito, todas as ferramentas disponíveis no programa AutoCad. Para a feitura da animação foi utilizado o programa AutoDesk Viz. Este projecto contou com a participação do Paulo Pacheco, na construção da animação.



Bibliografia


Carvalho, Luís de (1999) Porto: património mundial. Porto: O Comércio do Porto

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